Histórico

Histórico

Na virada do século XIX, o interior de São Paulo era um grande território quase despovoado. A região norte-ocidental, entre os rios Turvo e Paraná, Tietê e Grande foi vagarosamente ocupada por famílias procedentes quase sempre de Minas Gerais, que se dedicaram à extração de lenha, ao cultivo de café, algodão e cana-de-açúcar.

Os povoados surgiram ao longo das rotas das boiadas e de tropas vindas do Mato Grosso e do Sul de Minas Gerais, em busca dos mercados de São Paulo. O arraial de Bom Jesus dos Castores se organizou, provavelmente, na segunda metade de 1800.

Atualmente, está situado às margens da rodovia federal BR-153, e a Capela do Bom Jesus dos Castores é parte do município de Onda Verde.

Os antigos moradores comentam que os Castores está mudado. Hoje, a estrada é asfaltada e a ponte sobre o córrego é de concreto. Antigamente, os devotos tinham que atravessar dentro das águas, a pé descalço.

Em 1986 o Pe. Nino Carta construiu o coreto. A renda da festa passou, a partir deste ano, a ser revertida exclusivamente em benefício da Capela. Mais tarde, com o Pe. Aparecido Marteli, decidiu-se formar um Conselho para cuidar da construção da nova Capela, da colocação de bancos na praça e da instalação de sanitários, para o melhor atendimento aos romeiros e peregrinos. 

O crescimento desordenado e o exagerado número de barraquinhas provocaram ampla insatisfação entre os devotos, pois desvirtuava a finalidade religiosa da festa realizada no dia 06 de agosto. A pedido do bispo diocesano da época, Dom Orani João Tempesta, foram organizados projetos para a Festa do Bom Jesus dos Castores. A renda para a Capela passa a advir de doações e ofertas feitas pelos peregrinos, bem como do aluguel de barracas armadas por particulares.

No ano de 2002, no dia 06 de Agosto, na Festa do Padroeiro, o Bispo Diocesano Dom Orani João Tempesta decretou que a Capela do Senhor Bom Jesus dos Castores se tornasse “Santuário Diocesano Senhor Bom Jesus dos Castores”. Com isso a Capela, que pertencia a paróquia de São João Batista, na cidade de Onda Verde, foi desmembrada, e a partir de então foi designado o primeiro reitor, Pe. Nilson Resende, que passou a cuidar diretamente das celebrações, batizados, confissões e bênçãos, e também da parte administrativa, com um conselho próprio desvinculado. O Santuário começa a ter vida autônoma.

Em 2005 o Pe. Cleomar Bessa da Silva foi nomeado reitor do Santuário, permanecendo no exercício até os dias de hoje. Percebemos que tivemos avanços, começamos a dar maior assistência religiosa; há celebrações de missa todos os domingos às dez (10) horas e todo o dia seis (06) de cada mês.

Neste ano a festa contou, pelos cálculos, com a participação de mais de 50.000 mil pessoas em um único dia. Quem vai ao Santuário vê um lugar quase desabitado, onde apenas existe uma capelinha, a velha casa do caseiro e a casa de ex-votos. Ao raiar da manhã do dia 6 de agosto, este lugar se converte, de repente, em um ambiente cheio de vida, de rumor e movimento, composta de barracas, carros e muita gente.

O Santuário Diocesano completará, neste ano, 100 anos de existência. Esta devoção se tornou um marco de peregrinação de todos os católicos, não só de nossa Diocese, mas de várias partes do Brasil.

Hoje recebemos milhares de pessoas, com uma estrutura ainda da década de oitenta. Por esse motivo, não comportando todo o montante de romeiros.

Vale ressaltar que a romaria, em si mesma, expõe o fiel a uma série de sacrifícios e incômodos. Por isso, constitui uma prova de verdadeira devoção. Muitos devotos vão do cruzeiro até o altar da capela de joelhos, sem se importarem com os sofrimentos e com os joelhos ensangüentados.

Também neste dia temos a tradicional caminhada aos Castores, saindo de todas as cidades da região, principalmente de São José do Rio Preto, obrigando, assim, a polícia rodoviária a fazer um esquema intenso de patrulhamento, na BR 153.

Ainda é preservada a capela em seu estado original, sem as devidas acomodações tão necessárias como banheiros, lugares para descanso, para atendimentos de confissões, para queimar velas e salas de ex-votos. Esta última, há três anos, sofreu um incêndio, o que destruiu quase que por completo a história do Santuário.